terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Vamos conversar sobre depressão?

Oi meninas!
Espero que o ano tenha começado muito bem pra vocês!
Eu fiz um post há um tempo atrás falando um pouco sobre nosso dia a dia e sobre o tanto que é difícil  ter que conviver com a Artrite e a Fibromialgia. E aí, algumas pessoas tocaram nesse assunto tão importante: a saúde emocional e a depressão!


 Vou contar um pouco sobre o que aconteceu comigo.
 Como vocês sabem, eu tive Artrite desde os dois anos de idade. Cresci sabendo das minhas limitações, passando por vários tratamentos e vendo as dificuldades dos meus pais. Acredito que desenvolvi um mecanismo pra lidar com tudo isso. Eu era extremamente "certinha" hahaha. Lembro da única vez em que fiquei de recuperação e chorei horrores, não por causa dos meus pais, mas porque eu me decepcionei comigo. Acho que o pensamento era esse " Já que dou tanto trabalho aos meus pais e não posso fazer nada com relação a isso, pelo menos em todas as coisas que dependem de mim serei irrepreensível." E era uma cobrança muito grande da minha parte pra " recompensar" meus pais por terem tido uma filha "defeituosa". Que fique bem claro que nunca, jamais houve sequer uma insinuação da parte deles, isso tudo veio de dentro de mim.

 Eu sempre fui muito emotiva. Não sei se os remédios interferiram ou se é normal. Até hoje sou assim, as emoções à flor da pele.
 Acredito que sou melancólica desde criança, mas a primeira vez que ouvi a palavra depressão foi aos 23 anos. Uma mãe de uma amiga faleceu e no enterro comecei a ter muita dificuldade de respirar, fui pro hospital com suspeita de alergia e me deram um antialérgico que faz dormir, resultado, acabei melhorando e achando que foi uma alergia somente...
Na outra semana outra crise, o coração disparava, uma sensação de gelado no peito, agonia, até cãibras no corpo eu tive...
 Comecei a perceber que arrancava cabelo e estava ficando com partes calvas. Outra coisa que eu fazia muito é comer cantos dos dedos, meus dedos estavam muito machucados, arrancava peles e até saía sangue.


Enfim, fui diagnosticada com depressão e síndrome do pânico!
 Iniciei o tratamento e demorou muito tempo para acertar a medicação. Comecei a engordar muito, não só pela medicação que realmente abre o apetite, mas porque usava a comida como recompensa!
Tive uma melhora com remédios e terapia. Até que em 2012 depois de uma série de problemas, várias cirurgias, dedo quebrado, a descoberta da Fibromialgia, primeiro episódio de Síndrome de Sjogren, engravidar se tornou algo muito mais complicado do que pensei que seria e etc... Eu tive uma recaída do pânico. Fiquei quase um ano e meio sem sair de casa! 😱
 Minha vida social era inexistente, tive deficiência severa de vitamina D porque não pegava sol, entrei de licença pelo INSS e meu casamento estava muito abalado.

 Até que em 2014 a psiquiatra, depois de tentarmos várias medicações finalmente receitou o remédio que realmente fez diferença na minha vida. 
Lembro como se fosse hoje, depois de três dias eu "acordei"! Era como se eu tivesse dormindo por quase dois anos e despertasse depois de um terrível terremoto que destruiu tudo o que eu havia construído com tanto sacrifício. Eu ainda estava abalada, pensei em como reconstruir tudo aquilo, estava com um corpo bem diferente de quando tudo aquilo começou (25 kilos a mais), minha aparência era de alguém que sofreu muito. Cada quilo, cada cárie (antes disso não tinha cáries), meu cabelo descuidado, a mesma roupa de sempre... Tudo isso representava tudo o que sofri! Mas eu não podia ficar só lamentando pelo meu sofrimento... Era como se eu estivesse parada e todos seguiram com suas vidas, e quem eu quisesse ter de volta teria que correr muito pra alcançar.
Algumas pessoas eu alcancei, outras eu deixei partir. Mas o que mais foquei não foi em amizades e sim na minha família! E eu recuperei, graças a Deus!

 Queria poder te contar uma fórmula mágica para resolver tudo isso, mas infelizmente não há. No meu caso foi o remédio certo, terapia e muita fé em Deus, a quem eu me segurei com todas as forças! A Pessoa que eu sempre conversava e desabafava. Uma coisa que me ajudou muito foi que em 2013 eu recebi um dos melhores presentes da minha vida: um cãozinho lindo chamado Thor. Cuidar dele, levar ele pra veterinários, pra pracinha, sua amizade e companheirismo me ajudaram muito simples voltar a ter auto estima e trouxe uma felicidade imensa pra minha vida! Os cães te olham de um jeito incrível, é como se você fosse tudo pra eles, seus heróis, a pessoa que eles dariam sua vida pra salvar! É incrível esse amor! 
Eu e Thor em abril de 2013!

Ter um animalzinho é uma decisão que precisa ser muito pensada, exige muita responsabilidade e compromisso. Mas se você realmente quiser, sou a primeira pessoa a te dizer, adote um animalzinho! Ainda que ele não te cure da depressão, seu fardo ficará mais leve, pois ele dividirá com você!
Outras coisas também são muito usadas, como exercícios físicos, meditação, "hobbies"... 
Esse post não é um post científico, mas uma experiência pessoal! Espero que dê alguma forma isso te ajude!

 Pra finalizar, só gostaria de dizer uma coisa: Existe luz no fim desse túnel, parece que você vai morrer assim, que nunca vai passar, mas vai passar! Não desista do seu tratamento, não é porque um remédio não deu certo que os outros não darão! Lute por você, persevere e nunca desista!
Mil beijos cheios de corticóides 😘 ❤ 

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