domingo, 4 de setembro de 2016

A minha infância com ARJ

 Oi lindinhas!

 Vou continuar falando um pouco sobre a minha história.
 Então, logo depois do diagnóstico veio o pânico na vida dos meus pais: Minha filha terá que tipo de futuro?
 O inchaço, febre, vermelhidão nos joelhos e dedos logo apareceram. Depois o maxilar que não abria direito (minha mãe trocou a colher normal por uma de café), fora isso a falta de força nas mãos, pernas e consequentemente, eu parei de andar por um tempo... Na época fui tratada com gesso, e uma Órtese metálica para as pernas ( muito parecida com as que o Forrest Gump usava!)

"Run Forrest, run"

Com o tempo, meus pais foram se adaptando ao novo estilo de vida: médicos, exames, remédios, fisioterapias e etc... Os cuidados com os olhos e outros órgãos como o estômago também eram frequentes.
Engraçado que tenho flashes, e não são ruins... Lembro que se eu não chorasse na coleta de sangue, meu pai me daria um picolé ou um gibi da Mônica. Lembro que eu era sempre café com leite nas brincadeiras com a minha irmã e que de algumas eu não podia participar. Da minha mãe passando sebo de carneiro nos meus joelhos, pois tinham dito pra ela que era bom! De operar as amígdalas, pois achavam que a doença tivera início por causa de uma infecção de garganta e que eu comi muito sorvete depois da cirurgia... mas nada muito traumático ou revoltante. Óbvio que tenho lembranças tristes. Meus pais procuraram um cirurgião para operar o dedo anelar esquerdo. Esse dedo atrofiou muito rápido, é uma das " marcas registradas" da AR, e voltei pra casa no mesmo dia ainda com o dedo anestesiado, e de madrugada quando a anestesia saiu... Gente, que DOR! Meus pais ligaram para o médico que passou um analgésico e disse que era assim mesmo... Lembro de chorar muito e ver o olhar de impotência do meu pai diante daquela situação. Ele deitou ao meu lado e me abraçou, chorei desesperadamente até pegar no sono...

Vou ali e já volto porque caiu um cisco no meu olho rsrsrs... 😢

Em resumo, foi difícil demais. Meus pais tentaram TUDO, desde homeopatia à famosa Benzetacil, desde cirurgias à tratamentos experimentais... Mas o que eu creio que fez toda diferença? A Fé!
Fui curada? Não, ou melhor, ainda não...(Quem sabe né?). Mas meus pais foram, mas nós sobrevivemos, juntos, como uma família unida! Em meio a todo aquele caos, estávamos nós 4 unidos e esperançosos! E as vezes, isso pode não ser tudo o que queremos mas certamente é tudo o que precisamos pra suportar nossos fardos!
E a vida não é pesada para todos, ainda que de maneiras diferentes? Cada um conhece o seu deserto pessoal, muitas vezes ele não é visível aos nossos olhos, mas doem mais que as juntinhas de Artritico em mudança de tempo! (rsrsrs 😂)

Beijinhos cheios de corticóides e o desejo de uma semana abençoada pra você!



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